A queda nas vendas de imóveis no País mudou os planos da Caixa Econômica Federal, que já prevê mais com uma ampliação dos financiamentos neste ano. A projeção atualizada é de que a liberação de empréstimos imobiliários pelo banco alcance até R$ 136 bilhões em 2014, patamar igual ao verificado em 2013. A Caixa antes estimava que os financiamentos chegariam a R$ 155 bilhões, alta de 14% em relação a 2013.
“Se chegarmos a R$ 136 bilhões, já será um excelente desempenho para este ano”, disse o diretor executivo de Habitação, Teotônio Rezende, ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. De janeiro a setembro, os financiamentos somaram R$ 95 bilhões.
Nos últimos meses, as vendas de imóveis foram afetadas pelo baixo crescimento econômico, pela queda na confiança de consumidores e empresários diante da indefinição sobre os rumos do País, além de um calendário repleto de datas que afastaram visitantes do estandes de vendas, como Copa do Mundo, do carnaval tardio (em março) e eleições.
Para o diretor da Caixa, porém, o cenário não representa uma crise para o mercado imobiliário, mas uma acomodação após um período superaquecido. “O período de euforia está sendo revisto, e o mercado voltou a colocar os pés no chão.”
Preço
Segundo Rezende, um reflexo disso é que o preço dos imóveis está se estabilizando depois da forte valorização. “A tendência para o preço da habitação é chegar, no máximo, ao nível da inflação”, estimou. Ele lembrou que, em algumas regiões, há incorporadoras fazendo liquidações.
O executivo da Caixa disse que é cedo para detalhar perspectivas para 2015, mas adiantou que o banco trabalha com a estimativa de que o financiamento imobiliário fique estável ou avance até 10%. Rezende comentou que os bancos não têm mexido nas taxas para disputar clientes. “O momento não é propício para isso”, observou.
Segundo ele, essa carteira é importante para os bancos, mas a estratégia de captação de clientes tem sido mais baseada na agilidade dos processos e na oferta de serviços do que na redução nos juros.
Questionado pela reportagem se a Caixa planeja ajuste nas taxas do financiamento imobiliário, o diretor negou. “Não estamos pensando nisso. Se houvesse algum movimento, seria para cima. Até 0,5 ponto porcentual.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.