Para os transportadores de soja e milho do Mato Grosso, Estado com a maior produção de grãos no País, o impacto da isenção do pedágio para o eixo suspenso só será significativo se o governo de São Paulo também adotar a medida. Conforme cálculo da Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC-MT), cada caminhão de seis eixos que leva soja da região de Rondonópolis, no sul do Estado, para o Porto de Santos paga R$ 1.724,40 mil só de pedágio, considerando a viagem de ida e volta.
No retorno, com o caminhão vazio, dois dos seis eixos viajam suspensos e apenas nas estradas paulistas a economia seria de R$ 287,40 por viagem. Ao entrar em São Paulo por Andradina, a carreta passa por dez praças de pedágio na rodovia Marechal Rondon, cinco na Castelo Branco, duas no Rodoanel e uma na Imigrantes, pagando R$ 143,70 por eixo, o que dá R$ 862,20 de pedágio com o caminhão carregado. A economia ocorre se, na viagem de volta, o caminhoneiro não pegar frete de retorno, o que tem acontecido com frequência, segundo a associação, e tiver a isenção por eixo suspenso.
De acordo com a ATC-MT, a safra de grãos no Estado entrou em fase final, mas grande parte da produção ainda precisa ser escoada. Como o custo do frete rodoviário está muito próximo do custo do trem, muitas empresas optam pelo escoamento via estrada. Nas rodovias estaduais de São Paulo, a cobrança por eixo suspenso continuava na tarde de hoje, apesar da lei federal isentando o pagamento. No início da manhã, em nota, a Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) informava que a lei federal é juridicamente inaplicável nas rodovias paulistas.