O mercado brasileiro de ações operou sob compasso de espera nesta quarta-feira, 26, que acabou por limitar as oscilações do Índice Bovespa. As atenções se voltaram principalmente à tramitação da reforma trabalhista no plenário da Câmara, cujo desfecho é considerado como um importante termômetro das condições do governo Michel Temer para avançar na reforma da Previdência. Após alternar altas e baixas ao longo de todo o pregão, o Índice Bovespa acabou por fechar em baixa de 0,44%, aos 64.861,92 pontos.
Para aprovar o parecer do relator em plenário, o governo precisa de maioria simples, a partir de um quórum mínimo de 257 deputados. Quanto menor o placar favorável ao governo, especialmente se ele ficar abaixo dos 300 votos, maior seria a preocupação com o poder de fogo de Michel Temer na Previdência. A matéria, prevista para ser retomada na próxima semana, já é alvo de pressões por adiamento. Além disso, há preocupações com a greve geral convocada para a próxima sexta-feira e com as manifestações do Dia do Trabalho, na próxima segunda-feira.
Nos Estados Unidos, a principal expectativa do dia girou em torno da apresentação da proposta do governo Donald Trump para a reforma tributária. Como esperado, foi proposta uma taxa de 15% sobre as empresas e uma alíquota máxima de 35% sobre indivíduos. O aguardado anúncio teve efeito positivo, mas bastante pontual nos mercados americanos e houve dúvidas quanto à capacidade de Trump de ver aprovadas as medidas no Congresso. Por aqui, os efeitos foram mínimos.
Na análise por ações, os papéis da Petrobras tiveram forte influência nas oscilações. Os papéis refletiram a volatilidade dos preços do petróleo e também os temores de risco político interno. Ao final dos negócios, Petrobras ON e PN terminaram nas mínimas do dia, com quedas de 1,77% e 2,37%, respectivamente. As ações da Vale, que operaram no vermelho durante todo o pregão, também terminaram nas mínimas, com baixas de 2,19% (ON) e de 1,98% (PNA).
O setor financeiro, bloco de maior peso na composição da carteira do Ibovespa, teve desempenho essencialmente positivo, influenciado pelo bom resultado de Santander Brasil, divulgado no início do dia. Mas os preços perderam fôlego ao longo do dia. Enquanto as units do Santander subiram 1,41%, as preferenciais do Itaú Unibanco subiram 0,18%. Já Banco do Brasil ON caiu 1,20%.