A CNova, controlada pelo Grupo Pão de Açúcar (GPA), divulgou nesta terça-feira, 12, os resultados preliminares de uma investigação conduzida por assessores jurídicos e contadores externos, contratados para averiguar irregularidades cometidas por colaboradores na gestão de estoques em todos os sete centros de distribuição de sua subsidiária no Brasil.
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Imobiliários (CVM), o Conselho de Administração da CNova apontou uma potencial sobrestimação nas vendas líquidas de cerca de R$ 110 milhões, o equivalente a € 30 milhões, no acumulado até 31 de dezembro de 2015.
De acordo com o grupo, a contagem do inventário não deve sofrer nenhum ajuste significativo, mas foi constatada uma baixa na mensuração do valor de itens danificados e/ou devolvidos, que compreendem aproximadamente 10% do estoque total. A discrepância nas contas a receber relacionadas a produtos danificados ou devolvidos foi projetada pela CNova entre US$ 110 milhões e R$ 130 milhões (€ 30 milhões e €35 milhões), sem efeito em caixa. Contudo, a empresa avalia que as irregularidades apontadas pela investigação devem refletir no Ebit de 2015 e “eventualmente” de períodos precedentes.
A CNova também identificou saldos adicionais de contas a pagar de fornecedores e provedores no valor de cerca de R$ 70 milhões (€ 20 milhões), o que reduziria o seu Ebit. Com relação aos métodos adotados para valoração dos estoques, a companhia informou que os custos de recebimento e armazenagem nos sete centros de distribuição no Brasil não mais serão incorporados ao valor dos estoques e serão debitados dos resultados, resultando em um impacto cumulativo não recorrente negativo de € 10 milhões.
Por fim, a Cnova comunicou que a divulgação do resultado financeiro do quarto trimestre e de 2015 está prevista para o dia 24 de fevereiro de 2016, a depender do avanço das investigações acerca da gestão de estoques no Brasil.