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Como “mentir é fácil demais”, Lucas aumenta ISS e taxa da iluminação

“Quando a mentira é contada várias vezes ela pode se tornar verdade”.  Esta foi a frase mais verdadeira dita pelo prefeito Lucas Sanches em vídeo postado na tarde de segunda-feira nas redes sociais em que afirma que é contra o aumento de taxas e impostos. Contrariando suas próprias assinaturas nos projetos de lei aprovados pela Câmara neste início de semana, ele disse ser mentira que tinha proposto aumento da Cosip, a taxa de iluminação pública, e nem se referiu ao ISS, que teve acréscimo de 50% na alíquota para mais de 100 atividades profissionais de Guarulhos.

LuTaxas Sanches

A repercussão negativa nas redes sociais, o ambiente virtual onde Lucas vive, foi bastante intensa desde sexta-feira, quando o pacote de maldades da Prefeitura enviado para a Câmara começou a ser revelado. Para um cara que se elegeu pregando ser contra taxas, não se justifica enviar projetos com aumentos de impostos que penalizam diretamente a população. Querer dizer que a Cosip maior que incidirá sobre a indústria e o comércio não afeta o povo demonstra completo desprezo pela inteligência alheia. Assim como é o aumento em até 50% na alíquota do ISS para mais de 100 atividades profissionais, pegando desde pedreiros e manicures a profissionais liberais como médicos, advogados e engenheiros, entre muitos outros.

Delegando funções

Se Lucas, por acaso, acreditou nas palavras que proferiu no vídeo que tenta justificar o injustificável, só tem uma justificativa. Ele assinou os projetos sem ler. E aí só se ratifica a impressão que ele não sabe nem o que está fazendo na cadeira de prefeito. E por falar nisso, no decreto 42851 publicado no Diário Oficial do Município, Lucas delega ao titular da Secretaria de Governo (que agora será Casa Civil), a competência para assumir papéis que até então eram da autoridade máxima do Município, no caso o prefeito.

Maratona de maldades

A sessão que aprovou o pacote de maldades de Lucas durou mais de 12 horas e meia, terminando no meio da madrugada desta terça-feira. Alguns momentos foram marcantes e determinaram o prolongamento das discussões, que poderiam terminar muito antes, já que a base aliada, ignorando os interesses da população, votou de forma cega principalmente para aumentar alíquotas de dois impostos municipais, penalizando diretamente o setor produtivo e prejudicando a população.

 

 

O martelo

Já eram 22h de segunda-feira e oito horas de discussões cansativas na sessão extraordinária. Os vereadores já apresentavam sinais de exaustão e alguns já não falavam nada com nada, principalmente dois ou três oposicionistas com o intuito de obstruir os trabalhos. Era algo mais para inglês ver, para marcar posição, porque um acordo informal dava conta que os debates ficariam restritos às votações em primeira discussão. Até que o presidente Fausto Martello (Republicanos) “surtou”. Como comentarista mor da Casa, soltou que a oposição era “frouxa”.

 

 

E as foices

O troco dos oposicionistas de esquerda foi imediato. Edmilson Souza (PSOL), Fernanda Curti (PT) e Janete Pietá (PT), até então os principais atores da noite, foram para cima com discursos contundentes e imediatamente ganharam os reforços de Rômulo Ornellas (PT), até então bastante apagado, e de Marcelo Seminaldo (PT), que como primeiro secretário participa pouco dos debates porque tem a função de fazer a sessão andar. Ele abriu mão do posto, usou a Tribuna e declarou que não aceitava o xingamento feito pelo presidente e que daquele momento em diante assumiria o papel de debater cada um dos itens, aumentando a obstrução dos trabalhos.

 

Vencidos pela exaustão

A partir de então, as obstruções se tornaram ainda mais frequentes, com a promessa de que os trabalhos avançariam pela madrugada e só terminariam entre 9h e 10h desta terça-feira com discussões sobre cada item apresentado ainda na primeira votação. Somente por volta da uma da madrugada, Edmilson, percebendo que seu objetivo havia sido atingido, e já sem condições de manter qualquer raciocínio lógico, acabou recuando. Anunciou que seus pares passariam a economizar nas palavras e não repetiriam os debates na segunda votação do “pacote da maldade”. Mesmo assim, as sessões se estenderam por mais uma hora e meia.

Caminhos opostos (sqn)

Os líderes de Governo, Geraldo Celestino (Mobiliza), e da Oposição, Edmilson Souza, seguiram caminhos opostos durante toda a sessão. Enquanto o primeiro tentava segurar seus comandados para evitar ao máximo que usassem a Tribuna e assim, abreviasse, os trabalhos, o outro instigava a todo momento os oposicionistas a utilizarem todos artifícios possíveis para retardar o término da jornada. Porém, uma coisa os dois demonstraram ter em comum: muito cansaço e exaustão. Hábeis nas palavras, ambos já não articulavam mais qualquer pensamento lógico.

Exagerou na dose

Já no início da madrugada, o vereador Rômulo Ornelas começou a usar a Tribuna da Casa par fazer obstruções, bem mais empolgado que durante toda a sessão.  Como parecia estar um tanto “alterado”, atribuiu o gás a mais ao “Red Bull” que teria tomado oferecido pelo colega Edmilson Souza. Disse que a bebida bateu forte e que a partir daquele momento estava ligado e os demais vereadores iriam ter que aguentá-lo.

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