Sete em cada dez pequenos negócios apostam em propaganda, variedade de produtos e redução de preços para driblar a crise. Os dados são de pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com cerca de 6 mil empresários, incluindo microempreendedores individuais.
A principal estratégia deles para não naufragar nesse momento em que a economia passa por uma “ressaca” – nas palavras do próprio ministro da Fazenda, Joaquim Levy – é investir em propaganda e marketing, opção de 38% dos entrevistados. Aumento na variedade dos produtos e redução nos preços são as escolhas de 16% e 14%, respectivamente. Também estão na lista realização de treinamentos e ampliação do prazo de vendas.
Dono de uma agência de turismo em Brasília, Yoshihiro Karashima, diz que apelou para todas as alternativas. A principal arma da empresa, no entanto, é conquistar os consumidores por meio de uma reformulação no site para permitir compras pela internet. É uma mudança no público-alvo da empresa que só tem como clientes operadores estrangeiros. Agora, quer atrair o viajante independente para tentar faturar mais.
Karashima também aumentou a variedade de produtos e congelou os preços dos serviços há dois anos, só repassando o aumento do dólar. “Meus custos aumentaram significativamente nesse período: transporte, energia, mão de obra, impostos, tudo não para de subir”, afirma.
A expectativa da empresa é fechar com faturamento neste ano em torno de R$ 1,5 milhão, patamar semelhante ao do ano passado, retirando o lucro obtido com a Copa do Mundo.
Embora menos do que o esperado, a vinda dos estrangeiros para os jogos aumentou em meio milhão o faturamento da empresa em 2014.
Divulgação
Para o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, os pequenos negócios precisam ampliar o mix de produtos e melhorar a forma de divulgá-los. “É preciso estar atento ao que o mercado está disposto a comprar e intensificar o esforço de comunicação com o cliente, buscando formas cada vez mais criativas de divulgação”, afirma. Ele aposta, por exemplo, no baixo custo de fazer isso pelas redes sociais.
O Sebrae oferece uma ferramenta para ajudar a micro e pequena empresa a montar um plano de marketing. O roteiro inclui nove passos para a elaboração do plano, que depois pode ser analisado por um tutor, também responsável pela execução da estratégia.
Como forma de ajudar o segmento a superar o momento adverso, o Sebrae lançou uma campanha para estimular a compra de produtos e serviços fornecidos por micro e pequenas empresas.
Comércio local
A campanha “Compre do Pequeno Negócio” lista cinco razões para os consumidores optarem por comprar dessas empresas: é perto da sua casa, o dinheiro fica no seu bairro, é responsável por 52% dos empregos formais, o pequeno negócio desenvolve a comunidade, é um ato “transformador”.
De acordo com o Sebrae, as mais de 10 milhões de empresas brasileiras que faturam até R$ 3,6 milhões por ano respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e por mais da metade do total de empregos com carteira assinada (17 milhões de postos de trabalho). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.