A Lupatech, em recuperação judicial e fornecedora nacional da Petrobras, registrou prejuízo de R$ 119,0 milhões no segundo trimestre deste ano, montante 2,3% menor que o visto em igual intervalo de 2014. No semestre, o prejuízo chegou a R$ 197,8 milhões, retração de 8,8%, na mesma base de comparação.
O prejuízo no segundo trimestre, conforme explica a Lupatech em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, resultou de R$ 60,0 milhões de perda por não recuperabilidade de ágio, R$ 26,8 milhões de gastos com processos judiciais e de reestruturação, fora custos com ociosidade da produção, provisões e multas com clientes. “Não fossem esses eventos, o resultado do segundo trimestre seria prejuízo de R$ 20,0 milhões”, destaca a empresa.
A geração de caixa da Lupatech medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado das atividades continuadas ficou negativa em R$ 1,5 milhão de abril a junho, contra resultado negativo de R$ 4,8 milhões em um ano. Ao final de março, o resultado ficou negativo em R$ 4,1 milhões.
A Margem Ebitda ficou negativa em 2,2% no segundo trimestre, o que representa variação positiva de 2,7 em relação ao mesmo período do ano passado e alta de 2,8 pontos porcentuais em relação ao primeiro trimestre deste ano.
De janeiro a junho, o Ebitda ajustado consolidado das atividades continuadas da companhia ficou em R$ 5,6 milhões negativo, contra resultado positivo de R$ 0,5 milhão um ano antes. “As restrições de caixa continuam impactando o Ebitda da Companhia, assim como as despesas extraordinárias realizadas em função do processo de reestruturação”, explicou a empresa.
A receita líquida da Lupatech foi a R$ 65,934 milhões no segundo trimestre, retração de 32,9% em um ano. No comparativo trimestral, a queda foi de 20,8%. No semestre, somou R$ 149,1 milhões, redução de 25,3% em um ano.
Ao final de junho, a dívida líquida da companhia somava R$ 424,249 milhões, recuo de 0,5% em relação a março.
A Lupatech, criada pelo empresário gaúcho Nestor Perini em 1980, abriu capital na bolsa em 2006, após receber investimento da GP Investments. Ao longo dos últimos anos, fez 17 aquisições e se tornou a principal fornecedora da Petrobras. Desde 2013, porém, atravessa um processo de reestruturação, tentando negociar sua dívida externa com credores. Após entrar em recuperação judicial, teve seu pedido aprovado em junho último.