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Dia Internacional da Mulher: avanços e desafios

Saad Mazloum*

O Dia Internacional da Mulher é celebrado em 8 de março todos os anos e representa uma importante oportunidade para refletir sobre a luta das mulheres pela igualdade e os desafios que ainda precisam ser enfrentados.

Embora muitas conquistas tenham sido alcançadas nos últimos anos, ainda há muito trabalho a ser feito em relação à igualdade de gênero em todo o mundo. As mulheres continuam a enfrentar discriminação, desigualdade salarial, violência, assédio sexual e falta de oportunidades em muitas áreas.

A história do Dia Internacional da Mulher remonta ao início do século XX, quando mulheres trabalhadoras iniciaram uma série de protestos em defesa de seus direitos trabalhistas, melhores condições de trabalho e igualdade de gênero. Em 1908, mulheres dos Estados Unidos organizaram o primeiro Dia Nacional da Mulher, em que milhares de mulheres participaram de manifestações para exigir melhores salários e direitos políticos.

Em 1910, durante uma conferência internacional de mulheres em Copenhague, a ativista alemã Clara Zetkin propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher para lembrar as lutas das mulheres e promover a igualdade de gênero em todo o mundo. O primeiro Dia Internacional da Mulher foi comemorado em 1911 em vários países, incluindo Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.

De lá para cá, a luta das mulheres por respeito e igualdade tem ganhado força em todo o mundo. Muitos governos e organizações internacionais têm trabalhado para promover a igualdade de gênero e garantir que as mulheres tenham as mesmas oportunidades que os homens.

No entanto, apesar de todas essas ações, ainda há desafios significativos a serem enfrentados. Um dos maiores desafios é a violência contra as mulheres. A violência doméstica, a agressão sexual e outras formas de violência continuam a afetar milhões de mulheres em todo o mundo.

Para se ter uma ideia, o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídio, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas pra os Direitos Humanos (ACNUDH), perdendo apenas para El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), quase 2 mil casos de feminicídio e de tentativa de assassinato de mulheres foram levados à julgamento em 2021, um aumento de 193% em relação a 2020.

Além disso, a desigualdade salarial ainda é um problema grave em muitos países. Em todo o mundo, as mulheres ganham em média menos do que os homens pelo mesmo trabalho. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE, divulgados em 2021, a diferença salarial média entre homens e mulheres no Brasil era de 22,2% no primeiro trimestre de 2021. Isso significa que as mulheres muitas vezes têm menos oportunidades de avançar em suas carreiras e de se tornarem líderes em suas áreas de atuação.

Outro desafio importante é a falta de representação das mulheres em posições de poder. Embora tenhamos visto avanços significativos nos últimos anos, as mulheres ainda estão sub-representadas em cargos políticos, corporativos e em diversas outras posições e áreas de liderança.

Certamente, uma maior representatividade pode ser alcançada por meio de políticas de igualdade de oportunidades, programas de mentoria e outras iniciativas que visem incentivar as mulheres a avançar em suas carreiras e assumir posições de liderança.

Para enfrentar esses desafios e tantos outros desafios, é importante que governos, organizações e indivíduos trabalhem juntos para promover a igualdade de gênero em todas as áreas da sociedade, com a adoção de medidas concretas para prevenir a violência contra as mulheres, garantir que as mulheres recebam salários iguais pelo mesmo trabalho e promover a igualdade de oportunidades em todos os níveis.

Em última análise, o Dia Internacional da Mulher é um lembrete importante de que ainda há muito trabalho a ser feito em relação à igualdade de gênero. É uma oportunidade para todos nós nos unirmos e trabalharmos juntos para garantir que as mulheres tenham as mesmas oportunidades que os homens em todas as áreas da vida.

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* Saad Mazloum é procurador de Justiça e membro eleito do Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo

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