Economia

Dólar avança 0,24% e vai a R$ 3,3164, maior valor no ano

O cenário internacional manteve-se como principal referência para o mercado de câmbio nesta sexta-feira, 23, e o dólar encerrou a semana no patamar acima dos R$ 3,31, atingindo seu maior valor no ano. Dois fatores domésticos acabaram por reforçar a cautela dos investidores: o desconforto com os desdobramentos jurídicos no caso da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a proximidade do feriado de Páscoa, que encurtará a semana de negócios no Brasil.

Depois de ter oscilado em baixa na maior parte da sessão de negócios, o dólar à vista consolidou viés de alta à tarde e terminou o dia cotado a R$ 3,3164, com avanço de 0,24% no dia e de 1,17% na semana. Os negócios na sessão de hoje somaram US$ 1,3 bilhão. No mercado futuro, a cotação do dólar para abril oscilava perto da estabilidade às 17h28, em baixa de 0,06%, aos R$ 3,3150.

Mais uma vez, o temor de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China incentivou uma postura cautelosa por parte dos investidores, que se refletiu em quedas expressivas das bolsas asiáticas. Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um memorando propondo impor tarifas a cerca de US$ 60 bilhões em produtos da China. Em contrapartida, a China prometeu retaliações e anunciou tarifas de US$ 3 bilhões sobre produtos norte-americanos.

Apesar da maior cautela, o dólar teve um dia de baixa ante a maioria das moedas, depois das fortes altas da véspera. Além dos ajustes, contribuiu para a queda a forte valorização do petróleo no mercado internacional. A commodity reagiu à notícia de que os Estados Unidos anunciaram sanções contra o Irã por supostos ataques cibernéticos. A moeda já vinha em alta em repercussão a indicativos de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) pode continuar a conter a produção em 2019.

“A questão entre Estados Unidos e China continuou a ter reflexos nos mercados hoje, principalmente nas bolsas da Ásia, Europa e Estados Unidos. Internamente, houve um sentimento de falta de confiança em relação ao desfecho do caso Lula no STF”, disse Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora, em referência ao adiamento da votação do habeas corpus do ex-presidente no Supremo, que também vetou prisão do líder petista no caso de uma derrota no recurso que tramita no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

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