Economia

Eneva tem como meta captar no mercado até R$ 500 milhões no aumento de capital

A administração da Eneva (antiga MPX), geradora de energia fundada pelo empresário Eike Batista, tem como meta captar no mercado entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões no aumento de capital que deve ocorrer em julho, informou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, uma fonte próxima às negociações. A capitalização está prevista no plano de recuperação judicial da empresa, aprovado em assembleia pela maioria dos credores nesta quinta-feira, 30.

Procurada, a Eneva confirmou que consta no plano uma previsão para o aumento de capital de, no mínimo, R$ 3 bilhões até R$ 3,6 bilhões, sendo que R$ 600 milhões da diferença podem ser captados no mercado. Para chegar ao menor valor, a empresa conta com a conversão de parte da dívida de seus credores, além do aporte de ativos por acionistas, credores ou investidores.

A fonte informou ainda que a venda da participação de 50% no Porto do Pecém Geração de Energia (Pecém I) para a EDP – Energias do Brasil, aprovada também hoje, deve dar fôlego para a companhia ao menos até o final do ano.

O recurso entrará no caixa da empresa após a homologação do plano. A estimativa é de que a 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro homologue no período de uma semana a dez dias.
“Com o dinheiro de Pecém I, a Eneva terá fôlego para conduzir o aumento de capital. Esses R$ 300 milhões deixam a empresa confortável”, disse a fonte.

Após a homologação, a Eneva fará uma assembleia de acionistas para aprovar o aumento de capital, que deve ocorrer em cerca de 40 dias. Com o aval dos acionistas, a empresa dará início ao trâmite do aumento de capital na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a integralização deve ser concluída em julho.

Estabilização

“O resultado da assembleia representa uma importante etapa do plano de estabilização da Eneva, iniciado em meados de 2014, e permitirá que a companhia retome seu crescimento de forma estruturada”, disse em nota o CEO da empresa, Alexandre Americano.

A Eneva, controlada pela alemã E.ON e o empresário Eike Batista, e a sua subsidiária Eneva Participações apresentaram a primeira versão do plano de recuperação judicial em fevereiro e uma segunda no último dia 10.

As duas empresas possuem em torno de R$ 2,3 bilhões em dívidas, sendo o maior credor o banco BTG Pactual, com cerca de R$ 1,3 bilhão. Entre os outros principais detentores da dívida estão o Itaú BBA, o Citi e o Credit Suisse. Este último votou contra o plano.

Entre as propostas do plano, estão o pagamento integral de até R$ 250 mil por credor quirografário (sem garantia real); redução obrigatória de 20% ou 15% dos créditos quirografários, mediante a aplicação de deságio sobre o valor de cada crédito que superar R$ 250 mil e redução obrigatória, por meio de capitalização de créditos, de 40% ou 55% dos créditos quirografários no montante que superar R$ 250 mil.

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