O Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 1,7 ponto na passagem de fevereiro para março, para 91,4 pontos, na série com ajuste sazonal, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, 28. A perda ocorre depois de o índice acumular um avanço de 10,4 pontos nos oito meses anteriores.
“A redução da confiança dos serviços em março sugere um movimento de acomodação, compatível com a lenta recuperação do nível de atividade que vem marcando este setor. A calibragem nas expectativas foi o principal determinante do recuo do indicador de confiança em março, e pode estar relacionada às incertezas que marcam o ano eleitoral”, avaliou Silvio Sales, consultor do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Houve piora na confiança em sete das 13 principais atividades pesquisadas. O Índice da Situação Atual (ISA-S) diminuiu 0,6 ponto em março, sendo negativamente influenciado pelo item que mede o volume de demanda atual, com queda de 2,7 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-S) recuou 2,8 pontos, pressionado pelo componente de Demanda Prevista, com perda de 4,4 pontos no mês.
“É importante destacar que o indicador do ímpeto de emprego também foi afetado pela calibragem nas expectativas empresariais em março”, ressaltou Sales.
Ele pondera, porém, que a queda do índice de expectativas entre fevereiro e março foi determinada por uma migração do porcentual de respostas de empresários antes otimistas em direção à neutralidade.
“Isso mostra que, mesmo com a queda de março, os indicadores seguem numa tendência de recuperação, não havendo evidências de piora, mas sim uma primeira sinalização de otimismo moderado em relação à perspectiva de continuidade da atual fase de recuperação da atividade”, informou a nota da FGV.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor de Serviços avançou 0,6 ponto porcentual em março ante fevereiro, para 82,8%.
A coleta de dados para a edição de março da Sondagem de Serviços foi realizada entre os dias 1º e 23 deste mês.