Embora o número de demissões na indústria paulista em setembro tenha sido menor do que em agosto, o resultado do mês passado tem um “significado diferente”, pois contraria a tendência do setor de contratar nesse período, avaliou nesta quarta-feira, 15, o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini. Ele prevê que, independentemente do resultado da eleição, 2014 será um ano “muito negativo” para o emprego industrial.
Em setembro, a indústria paulista teve um saldo de seis mil demissões, ante 15 mil registradas em agosto. Com o resultado, o nível de emprego da indústria de São Paulo caiu 0,34% na comparação com agosto, na série com ajuste sazonal, e 0,24% na série sem ajuste sazonal. Já em relação a setembro do ano passado, o nível de emprego da indústria paulista recuou 4,32%. Com isso, no acumulado do ano até o mês passado, o setor apresenta queda de 1,44% do nível de emprego.
“O ano é muito atípico, primeiro porque existe um decréscimo da indústria de transformação que foi muito além do projetado inclusive por nós. E, segundo, pelo fato político que ele carrega”, avaliou o diretor do Depecon da Fiesp, em nota enviada à imprensa. Dado esse cenário político incerto, Francini avalia como uma tarefa “complexa” projetar o futuro para o setor.