Os próximos 40 dias podem ser um divisor de água para a economia brasileira, afirmou o sócio da Mauá Capital Investimentos e ex-diretor do Banco Central Luiz Fernando Figueiredo. Neste período, as discussões da reforma da Previdência devem ganhar força e podem ser reveladas as delações da Odebrecht.
Por agora, é difícil saber o quanto a reforma da Previdência será diluída, afirmou Figueiredo em evento da EMTA, associação que reúne gestores, analistas e investidores dedicados a mercados emergentes. “Estamos vendo um divisor de águas nos próximos meses. Os próximos 40 dias vão dar um bom tom de como vamos caminhar.”
Figueiredo disse que a não aprovação da reforma ou um texto muito diluído pode trazer nervosismo ao mercado, que tem mostrado otimismo com a aprovação. No caso da Odebrecht, podem haver surpresas nas delações dos executivos, o que, além de criar instabilidade política, afeta o próprio andamento das atividades no Congresso.
“A reforma da Previdência é a medida mais importante para melhorar a trajetória da relação dívida/PIB nos próximos anos”, afirmou Figueiredo. “Agora começou o jogo, agora começa a se negociar e é possível que não venha como o mercado espera.”
Caso a reforma seja enfraquecida, Figueiredo prevê aumento de impostos para que o governo consiga atingir a meta fiscal.