O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Luiz Fernando Furlan, disse, nesta terça-feira, 18, durante o Fórum Estadão – Brasil Competitivo, que debate as prioridades para o avanço da indústria, que a maior prioridade atualmente para os empresários brasileiros é a questão tributária.
Nesse sentido, listou uma série de medidas que poderiam ser incluídas nessa reforma e que ajudariam a melhorar a competitividade da economia brasileira. Entre essas propostas está a simplificação do sistema tributário, com consolidação e diminuição do número de tributos. “Ao longo dos anos, as legislações tornaram o sistema tributário quase ininteligível”, comentou.
Ele também defendeu a desoneração de investimentos e a isenção de impostos sobre bens exportados. Conselheiro da BRF, Furlan disse que o sistema de devolução de crédito não funciona de maneira adequada, já que a empresa tem mais de R$ 1 bilhão nesses créditos, pois exporta basicamente 50% da sua produção.
Furlan também propôs uma reformulação na legislação trabalhista, defendendo os direitos adquiridos dos trabalhadores. Segundo ele, nem mesmo a legislação italiana, que serviu de inspiração para as leis brasileiras, continua inalterada, como acontece aqui. “A legislação trabalhista não leva em conta a evolução e modernidade dos sistemas produtivos mundiais”, comentou.
Segundo o executivo, empresas brasileiras precisam de “um batalhão” de funcionários para cuidar de processos, enquanto em outros países é necessário apenas “meio funcionário”. Um dos exemplos dados pelo ex-ministro é o setor portuário brasileiro, um dos menos produtivos do mundo.