O Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou pedido feito pela Samarco para adiar a retirada da lama acumulada na hidrelétrica de Candonga, no Rio Doce, depois do rompimento da barragem de Fundão, que pertence à mineradora, em Mariana, no dia 5 de novembro de 2015.
Conforme o superintendente do instituto em Minas, Marcelo Belisário Campos, a Samarco não conseguiu cumprir acordo fechado com o Ibama e tentou alterar o prazo. A previsão inicial era que o trabalho fosse concluído em dezembro de 2016. Em relatório emitido pelo instituto em abril, foi constatado que Candonga, localizada entre os municípios de Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado, a 100 quilômetros de onde se encontrava a barragem de Fundão, pode ruir.
Em nota, a Samarco afirmou que o volume de lama na represa é maior que o projetado pela empresa. “Quando da assinatura do TTAC (Termo de Transação e Ajuste de Conduta), em março, a estimativa era que havia cerca de 550 mil metros cúbicos de rejeitos nos primeiros 400 metros desde o barramento de Candonga. Até o final do ano será retirado do reservatório um volume maior do que este compromisso: 686 mil m3. Mas em nova batimetria (medição) executada após o período chuvoso de 2015/2016 foi constatado que o total de rejeito na área havia atingido 1,3 milhão de metros cúbicos. É esse aumento no volume do rejeito, além da criação de áreas ambientalmente corretas para sua destinação, que obriga o prolongamento do trabalho de dragagem até junho de 2017”.
Ao negar o pedido, o Ibama afirma que “o prazo do acordo é limite, acordado entre as partes, e por se tratar de questão emergencial deve buscar a todo momento alternativas que não só recuperem os cronogramas mas que especialmente os antecipem não se admitindo atrasos os quais, para o caso específico, podem colocar em risco a estabilidade da estrutura de grande porte da Usina Hidrelétrica – Candonga demandando ações preventivas considerando cenários catastróficos os quais não podem ser descartados”.