A Bovespa despencou nesta semana quase 4 mil pontos, em meio a um forte movimento de aversão ao risco no exterior e de desconfiança com a economia brasileira. Somente nesta sexta-feira, 12, a bolsa recuou 3,73%, quase perdendo os 48 mil pontos, encerrando aos 48.001,98 pontos. O recuo do petróleo no exterior, que deu força à aversão ao risco, e a baixa de alguns dos principais papéis nacionais, como os de Petrobras, Vale e bancos, definiram o movimento.
Nesta semana, a Bovespa caiu em quatro das cinco sessões, acumulando no período uma retração de 7,67%. É a pior semana desde a encerrada em 16 de novembro de 2008 – pouco depois do estouro da crise econômica global. Esta foi a quarta semana consecutiva de baixa da bolsa brasileira.
Profissionais do mercado disseram que a sessão de hoje foi marcada por vendas generalizadas de papéis, sendo que os estrangeiros, em especial, se desfizeram das ações de Petrobras, siderúrgicas e bancos. No caso da estatal do petróleo, além dos desdobramentos da operação Lava Jato e das novas denúncias que, a cada dia, surgem no noticiário, pesa sobre a companhia a expectativa para a divulgação do balanço trimestral não auditado. Ele vai sair ainda hoje. Petrobras ON cedeu 5,78% e o papel PN da estatal recuou 6,56%.
Setor mais importante da bolsa e bastante líquido, o financeiro também foi alvo de venda por estrangeiros. Bradesco ON caiu 5,47% e PN teve baixa de 5,86%, enquanto Banco do Brasil ON teve queda de 5,80% e as units do Santander cederam 1,41%.
Dados da China sobre a produção industrial penalizaram as siderúrgicas. Gerdau PN cedeu 8,60% e Metalúrgica Gerdau recuou 7,77%. CSN despencou 6,20%. A China informou que sua produção industrial subiu 7,2% em novembro ante novembro de 2013, mas menos que a previsão de 7,5% – o que é ruim para ativos de países exportadores de commodities, como o Brasil.
Em Nova York, os principais índices de ações caminhavam para um fechamento em baixa consistente. Há pouco, o Dow Jones caía 1,11%, o S&P 500 tinha baixa de 0,72% e o Nasdaq recuava 0,27%.