Estadão

Ibovespa sobe 0,96%, a 117,2 mil pontos, no quinto ganho consecutivo

Em dia de apetite por risco também no exterior, especialmente em Nova York, onde o Nasdaq fechou em alta de 1,95%, o Ibovespa emendou o quinto ganho, nesta terça de 0,96%, a 117.272,44 pontos, maior nível de encerramento desde 6 de setembro passado, então a 117.868,63 pontos. Ao renovar o melhor encerramento do ano pela terceira sessão seguida, o índice oscilou entre mínima de 116.156,77, da abertura, e máxima de 117.540,64 pontos, com giro financeiro a R$ 33,7 bilhões na sessão. Na semana, a referência da B3 avança 1,70% e, no mês, 3,65% – no ano, sobe 11,88%.

Assim como o dólar, que se manteve abaixo dos R$ 5 como na segunda-feira, nesta terça a R$ 4,9152 (-0,59%) no fechamento, o Ibovespa tem refletido o ingresso de fluxo estrangeiro no momento em que a Selic e a exposição do Brasil a commodities diferenciam o país entre os emergentes – na mínima desta terça-feira, a moeda americana foi negociada na casa de R$ 4,90.

As ações de grandes bancos (BB ON +2,01%, Itaú PN +1,37%) e as do setor de varejo/consumo (Lojas Renner +3,58%, Magazine Luiza +1,57%) foram o contraponto ao ajuste negativo para as de commodities, com Vale ON em baixa de 2,24% – maior queda do dia entre os componentes do Ibovespa – e Petrobras ON e PN, de 0,64% e 0,44%, respectivamente, após a estatal ter figurado entre os destaques da segunda-feira na carteira. Nesta terça, as cotações do petróleo tiveram leve variação, negativa, com o Brent no fechamento da ICE, em Londres, a US$ 115,48 por barril, após salto de 7% para a referência global de petróleo no dia anterior.

"Pelo peso que as commodities têm na Bolsa brasileira, o fluxo estrangeiro continua a vir, favorecendo essa performance muito boa tanto no câmbio como nas ações, com muitos ativos ainda descontados. O Copom, como visto na ata de hoje, mantém a disposição de elevar mais os juros, caso necessário. E as medidas de desoneração anunciadas pelo governo contribuem um pouco para segurar a inflação, em alimentos (da cesta básica) e especialmente no combustível, um aspecto essencial para que o presidente Bolsonaro se mostre competitivo na próxima eleição", diz Viviane Vieira, operadora de renda variável da B. Side Investimentos.

O secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, disse no período da tarde que o momento é de "aguardar" o efeito das medidas já anunciadas para conter a alta de combustível, e não de adotar novas ações. "Não podemos adotar medidas desenfreadas, tem um custo para a sociedade. Gastos voltam para a sociedade, seja por alta de juros ou inflação", afirmou.

Nesta terça-feira, desde a manhã, houve uma pausa na alta do petróleo, em reação à notícia de que "Alemanha e Hungria estariam contra o embargo europeu ao petróleo russo como sanção pela guerra com a Ucrânia", observa em nota a Guide Investimentos. "Os metais industriais e o minério também recuaram, reagindo à notícia de que o Evergrande Group, imenso conglomerado imobiliário chinês, não será capaz de honrar suas dívidas e dará início à maior reestruturação de dívida da história do país", acrescenta a Guide.

Lá fora, "a política do Fed está prestes a se tornar restritiva e o aperto no mercado de commodities ainda permanecerá, mesmo que haja uma solução rápida para a crise na Ucrânia", aponta em nota Edward Moya, analista de mercado da OANDA em Nova York. "Ainda há um longo caminho para que a cúpula da Otan produza algum esforço coordenado que possa nos aproximar do fim desta guerra", acrescenta.

Na ponta do Ibovespa nesta terça-feira, destaque para recuperação em Banco Inter (+6,18%), além de Americanas ON (+6,67%), esta na ponta do índice, à frente de Eneva (+6,65%) e Méliuz (+6,05%). Na face oposta, além de Vale ON (-2,24%), Bradespar (-1,81%), JBS (também -1,81%) e Gerdau PN (-1,68%).

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