Estadão

Ibovespa tem instabilidade, e se divide entre alta do petróleo e queda de NY e do minério

O Ibovespa abriu o pregão desta quarta-feira, 10, no zero a zero, aos 131.446,59 pontos. Há pouco, renovou máxima aos 131.627,60 pontos, em alta de 0,14%, na esteira da aceleração do petróleo no exterior, refletindo tensões geopolíticas.

No entanto, o movimento é inconsistente, dada a falta de condutores, em dia de agenda esvaziada de indicadores e eventos, um dia antes de saíram os indicadores oficiais de preços do Brasil e dos Estados Unidos. Os dados serão acompanhados por afinco pelos investidores para ajustarem suas apostas para o juro básico brasileiro e americano.

Há pouco, o petróleo acelerou a alta para mais de 1,00% após relatos sobre uma significativa queda nos estoques de petróleo bruto dos EUA e em meio a tensões geopolíticas. Militantes Houthis lançaram seu maior ataque com drones e mísseis contra navios no Mar Vermelho, mas não há relatos de danos. O Mar Vermelho é uma das rotas marítimas mais importantes do comércio internacional.

"O cenário ainda permanece de cautela face ao risco dos conflitos do Oriente Médio e no Mar Vermelho", afirma em nota Lucas Serra, analista da Toro Investimentos. As ações da Petrobras subiam, só que de forma moderada, perto da estabilidade.

Em contrapartida à valorização nas cotações do petróleo, o minério de ferro fechou em queda de 3,02% em Dalian, na China. Com isso, enquanto os papéis da Vale cediam mais de 1,00%.

Já o Índice Bovespa caía 0,15%, aos 131.244,06 pontos, ante mínima aos 131.093,76 pontos (-0,27%). Ontem, caiu 0,74%, fechando aos 131.446,59 pontos, ontem.

"O minério de ferro se desvalorizou em meio ao aumento do numero de siderúrgicas chinesas que estão entrando em paradas para manutenção, o que acaba afetando a demanda por minério", explica Serra, da Toro.

Amanhã, o CPI, índice de preços ao consumidor americano, e o IPCA, ambos de dezembro e de 2023, serão acompanhados com afinco, podendo clarear as apostas para os juros, principalmente dos EUA.

Assim como há dúvidas acerca de quando o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começará a cortar as taxas, na Europa não é diferente. Apesar dos sinais de recessão na zona do euro, como alertou hoje o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, os dirigentes da instituição ainda não entram num consenso sobre uma data para iniciar o processo de queda dos juros.

Por isso, a atenção dos investidores e agentes do mercado se volta para comentários de autoridades do BCE, do Banco da Inglaterra (BoE), do Fed e do Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, que participa de evento virtual do JPMorgan (11 horas).

A pauta fiscal doméstica também fica no radar, à medida que a extensão da greve dos auditores da Receita Federal ameaça a sustentabilidade das contas públicas e diante dos ruídos sobre a Medida Provisória (MP) da reoneração da folha de pagamento. Agora, o Novo entrou com uma Ação Direta de Constitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a MP.

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