A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) começou o ano em alta, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em janeiro, o índice subiu 1,3% em relação a dezembro, para 77,5 pontos, em um movimento generalizado entre as faixas de renda. No entanto, a ICF permanece abaixo de 100 pontos, o que indica persistência da insatisfação das famílias. Em relação a janeiro de 2015, houve recuo de 35,3%.
“A alta do índice foi influenciada pela melhora nas expectativas para os próximos meses, levando a um aumento da confiança em janeiro. Esse movimento, típico de início de ano, foi puxado principalmente pelos componentes relacionados às perspectivas profissionais e de consumo”, explicou nesta terça-feira, 19, a assessora econômica da CNC, Juliana Serapio.
Todos os sete componentes da pesquisa registraram alta na comparação com dezembro, com destaque para a perspectiva profissional. Segundo a entidade, as expectativas em relação ao mercado de trabalho melhoraram 1,5% na passagem do mês e voltaram a ficar acima da zona de indiferença, com 100,3 pontos. A perspectiva de consumo, por sua vez, avançou 3,3%, enquanto o nível de consumo atual subiu 1,4%.
Juliana lembra que, apesar da evolução favorável de janeiro, a ICF está em nível bastante baixo em termos históricos e com tendência de queda quando observado em médias móveis trimestrais. Desde maio de 2015 o índice permanece abaixo dos 100 pontos.
No confronto interanual, todos os componentes da ICF registraram queda. A maior delas foi no quesito momento para a compra de bens duráveis, com recuo de 50,1% no período (48,5 pontos). Segundo a CNC, 72,9% das famílias consideram o momento desfavorável para a aquisição de duráveis.
O nível de consumo atual é o segundo pior subíndice, com 55,3 pontos. Trata-se de queda de 45,1% em relação a janeiro do ano passado.
Segundo a CNC, o cenário atual e o dos meses anteriores foram marcados pela deterioração nas vendas do comércio. No acumulado de 2015, até novembro, foram fechadas 945 mil vagas formais de trabalho, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
“Analisando as condições atuais e as perspectivas futuras da economia, a previsão da CNC é que o volume de vendas do varejo apresente retração de 3,7% em 2016”, diz a entidade.