Economia

Juros cedem com queda do dólar e do retorno dos títulos dos EUA

O recuo consistente do dólar ante o real, aliado à queda dos yields (retorno) dos Treasuries nos EUA, definiu a baixa das taxas dos contratos futuros de juros. Por trás do movimento estiveram as dúvidas sobre quando o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) finalmente começará o aperto monetário.

A taxa do DI para janeiro de 2016 fechou a sessão regular a 12,69%, ante 12,71% de ontem. Já o DI para janeiro de 2017% marcou 12,48%, ante 12,59%, e o contrato para janeiro de 2021 ficou com taxa de 12,05%, ante 12,21%.

A divulgação dos dados do relatório de empregos (payroll) americano pela manhã, com criação de vagas em dezembro, mas retração da renda, somou-se a declarações mais recentes de autoridades no sentido de cautela antes do aperto monetário. Neste cenário, o mercado financeiro passou a ajustar parte de suas apostas, prevendo que os juros podem levar mais tempo para subir nos EUA.

Isso se traduziu na queda do dólar ante o real e ante várias outras moedas de países emergentes ou ligados a commodities. No Brasil, a moeda à vista fechou com baixa de 1,09%, aos R$ 2,6390 no balcão.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, que mostrou taxa de 0,78%, ante 0,51% de novembro, foi observado, mas não foi o fator determinante para o movimento dos juros futuros. A inflação em 2014 ficou, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 6,41%, abaixo do teto da meta do governo para o ano (centro de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos porcentuais). Como o mercado já previa amplamente um resultado ruim para a inflação no ano passado, o exterior acabou se sobrepondo.

As declarações de hoje do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, respondendo a perguntas de internautas, também foram observadas, mas não fizeram preço. Isso porque o tom foi semelhante ao de outras declarações mais recentes, no sentido de ajuste fiscal para o País.

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