Um dos mais aguerridos defensores do presidente Michel Temer e um dos vice-líderes do PMDB na Câmara, o deputado Carlos Marun (MS) chamou de “indignas” e “completamente absurdas” as críticas feitas por parlamentares peemedebistas contra a promessa do governo de liberar R$ 13 milhões para o desfile das escolas de samba do carnaval do Rio de Janeiro. Ele prometeu procurar os deputados críticos para conversar sobre o assunto.
Como revelou a edição de hoje da Coluna do Estadão, os deputados Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG) e Lúcio Mosquini (PMDB-RO) criticaram no grupo de WhatsApp da bancada a decisão de Temer de prometer os recursos para o carnaval do Rio, em meio à crise fiscal que o País vive e que levou o governo a aumentar os impostos sobre combustíveis. Cardoso Jr. disse que isso pode até fazê-lo mudar de posição e votar a favor da denúncia contra o presidente na Câmara.
“Penso que essas atitudes são indignas. Carnaval do Rio de Janeiro, que penso que é uma ação cultural, não tem a ver com a ofensa que está se fazendo ao presidente. Ou por acaso o fato de o presidente da República apoiar, entender que carnaval é cultura, que carnaval é importante para o Turismo e autorizar o ministro da Cultura a fazer algum tipo de apoio, corrobora a denúncia? Então, entendo como completamente absurdas essas posições”, reagiu Marun.
Integrantes da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) se reuniram nessa terça-feira, 25, com Temer no Planalto. O presidente da instituição, Jorge Luiz Castenheira Alexandre, afirmou ao presidente que eram necessários R$ 13 milhões para garantir o carnaval, apesar de a Prefeitura do Rio só ter cortado R$ 6,5 milhões dos repasses ao desfile de 2018. O anúncio da promessa foi feito pelo deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), que se declara indeciso sobre a denúncia de Temer.
Peemedebistas do Rio, por sua vez, rebateram as críticas no grupo da bancada. Pedro Paulo e Laura Carneiro saíram em defesa do repasse. Deputado licenciado, o ministro dos Esportes, Leonardo Picciani, também defendeu a iniciativa do governo. Em tom de ironia, sugeriu aprovação de lei para cobrança do ICMS no local de produção do petróleo, o que favorece diretamente o Rio, Estado considerado o maior produtor do óleo do Brasil. Hoje, o imposto é taxado no local de consumo.