O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti, declarou nesta quarta-feira, 15, que a Medida Provisória 651, aprovada na terça-feira, 14, na Câmara dos Deputados, pode dar grande incentivo às vendas do setor automobilístico. “Não falta dinheiro, os bancos estão com medo de conceder crédito. Se tiver segurança jurídica, para que possam retomar os veículos dentro de prazos razoáveis, teremos um aumento nas vendas de automóveis. Se de fato for aprovado, deverá ser um forte impulso”, falou, durante congresso sobre perspectivas para 2015 promovido pela AutoData.
A MP 651, que simplifica o processo de retomada de veículos para clientes inadimplentes nos financiamentos, ainda deve ser aprovada no Senado. Gilson de Oliveira Carvalo, vice-presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (ANEF), também participou do debate e concordou com a perspectiva de retomada no crédito. “Sentimos que o sistema não tem problema de liquidez”, afirmou, acrescentando que as medidas anunciadas pelo Banco Central nos últimos meses para incentivar a concessão de crédito para veículos já mostraram efeitos positivos em setembro.
Carvalho acrescentou que a segurança jurídica é, de fato, um grande problema. Ele explicou que, a cada 100 processos de retomada, apenas 15 são concluídos com sucesso. “A tentativa de uma mudança na legislação pode fazer com que o crédito melhore”, afirmou.
O presidente da Fenabrave disse esperar que o texto seja aprovado no Congresso e entre em vigor ainda neste ano. Ele ainda estimou que isso pode aumentar o volume de crédito em 20%, principalmente para automóveis. Ele explicou que o texto pode baixar a barra de crédito, isso é, aumentar o acesso aos consumidores, e também reduzir o custo do dinheiro.
Meneghetti acrescentou que o fundo do poço para o setor já passou. A avaliação é corroborada pelo vice-presidente da ANEF. O presidente da Fenabrave argumentou que os números do segundo semestre já mostram uma ligeira melhora na comparação com o primeiro semestre. Ao comentar as perspectivas para o próximo ano, ele estimou um desempenho de lado, com um viés de leve melhora.