Estadão

Não podemos sobreviver a uma crise climática inabalável, diz diretora do FMI

A humanidade vai sobreviver à inflação elevada e a períodos de recessão por piores que seus impactos sejam, principalmente, para os mais pobres, mas não a "crises climáticas inabaláveis", afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva. Ao falar sobre a agenda das reuniões anuais do organismo, que ocorrem ao longo dessa semana, em Washington, reforçou a preocupação com os impactos do clima, em alertas que vêm sendo feitos desde a semana passada em estudos do Fundo, chamando a atenção, sobretudo, para os mercados emergentes, que, ao serem os que mais poluem, têm mais desafios à frente.

"É ruim ter inflação, mas vamos sobreviver como humanidade, e é muito ruim ter recessões. Isso afetaria horrivelmente as pessoas, especialmente as pessoas pobres, mas podemos sobreviver a isso como humanidade. Não podemos sobreviver a uma crise climática inabalável, portanto, mobilizar hoje para um amanhã mais resiliente é exatamente o que devemos fazer", disse Georgieva, durante debate de abertura das reuniões anuais do FMI, mais cedo.

No início da sua fala, ela destacou que nos últimos três anos ocorreram eventos impensáveis e que geraram impactos significativos. Dentre eles, citou a pandemia, a invasão russa à Ucrânia e ainda "desastres climáticos" em todos os continentes.

"Temos que trabalhar tão rápido agora para criar espaço para os problemas climáticos que os países em desenvolvimento estão enfrentando mais", concordou o presidente do Banco Mundial, David R. Malpass.

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