O Ministério Público Federal (MPF) tomou nesta quarta-feira, 13, depoimento de uma terceira vítima de crimes sexuais supostamente praticados pelo preparador físico Nuno Cobra, de 79 anos. O MPF foi procurado pela mulher, que informou aos investigadores ter sido atacada durante um evento em Ribeirão Preto (SP).
Em nota, o MPF declarou que o depoimento foi tomado por meio de comunicação de vídeo online. O órgão aguarda que o termo seja assinado pela vítima para comunicar o caso à juíza federal responsável pela sentença condenatória de Cobra.
“As informações deverão ser encaminhadas ao Ministério Público Estadual na cidade de Ribeirão Preto, local dos fatos, que tem competência para investigar o fato narrado pela vítima”, declarou o MPF. A reportagem não conseguiu contato por telefone com a defesa de Cobra.
O preparador físico foi preso por policiais federais na segunda-feira passada, dia 11, por determinação da Justiça Federal. A prisão é decorrente da condenação por violação sexual após ele ter tocado nas pernas e nos seios de uma mulher durante um voo de Curitiba a São Paulo em 2015.
O MPF entendeu também que ele teria “continuado a praticar os mesmos atos pelos quais foi acusado e condenado”. “Entendo que a ousadia do réu não tem limites, o que exige sua retirada do convívio em sociedade”, disse a juíza Raecler Baldresca.
Nuno Cobra ganhou destaque pelo trabalho realizado como preparador de Ayrton Senna. O tricampeão mundial de Fórmula 1 se notabilizou por ser um dos primeiros competidores do automobilismo a investir no cuidado físico, com uma rotina intensa de exercícios e corridas, além da preparação mental. A convivência fez os dois se tornarem amigos e motivou, inclusive, a Cobra a escrever o livro “A Semente da Vitória”.