A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 8,8% em abril, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores. O resultado é, por mais um mês, o maior da série histórica, iniciada em setembro de 2005. Em março, a expectativa das famílias já havia marcado recorde, com um resultado de 8,4% para os 12 meses à frente.
“Ao observarmos os resultados verificamos, em um curto período de tempo, uma forte deterioração nas expectativas dos consumidores”, diz o economista da FGV Pedro Costa Ferreira, em nota. Ele observou que, desde dezembro do ano passado, as famílias aumentaram suas apostas para a inflação em 1,4 ponto porcentual em média, e uma fatia considerável das que esperavam aumento de preços na casa de 7% migrou para a faixa superior, nos 8%.
O Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores é obtido com base em informações coletadas no âmbito da Sondagem do Consumidor. Produzidos desde setembro de 2005, os dados vinham sendo divulgados de forma acessória às análises sobre a evolução da confiança do consumidor. Desde maio de 2014, as informações passaram a ser anunciadas separadamente.
A Sondagem do Consumidor da FGV coleta mensalmente informações de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Cerca de 75% destes entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.