Estadão

Ronnie Lessa está entre os alvos de ação contra o tráfico internacional de armas

Entre os alvos de uma operação contra o tráfico internacional de armas policial deflagrada nesta terça-feira, 15, está o ex-policial militar reformado Ronnie Lessa, um dos acusados do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes – crime que completou quatro anos nesta segunda-feira, 14 e ainda está sem resolução. Lessa é alvo de um mandado de prisão preventiva, cumprido na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande. O ex-PM já estava detido sob acusação de envolvimento no homicídio de Marielle e Anderson, e, em outubro de 2021, foi alvo de mais uma ordem de prisão, por lavagem de dinheiro.

A operação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), em parceria com a Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) da Embaixada dos Estados Unidos, cumpre na manhã desta terça-feira sete mandados de prisão preventiva contra suspeitos de integrar uma organização criminosa que atua no tráfico internacional de armas. De acordo com os investigadores, o grupo utilizava impressoras 3D para montagem do armamento.

Batizada Florida Heat, a ofensiva acontece simultaneamente no Rio, em Campo Grande e em Miami, nos Estados Unidos. O nome da operação faz referência ao estado americano de onde as armas eram enviadas ao Brasil, diz a PF.

As investigações que culminaram na ofensiva realizada na manhã desta terça-feira tiveram início há dois anos e apontam para a existência de um grupo responsável pela aquisição de armas de fogo, peças, acessórios e munições nos EUA, para posterior envio ao Brasil, indica a PF.

Segundo a corporação, os investigadores apreenderam milhares de armas, peças, acessórios e munições de diversos calibres, tanto no Brasil, quanto nos EUA ao longo das apurações.

O tráfico de armas ocorria pelo mar, através de contêineres, e por via aérea, mediante encomenda postal, diz a PF. As armas passavam pelos Estados do Amazonas, São Paulo e Santa Catarina e tinham como destino final uma residência em Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro.

Segundo os investigadores, na maioria das vezes o material era escondido dentro de equipamentos como máquinas de soldas e impressoras, itens que eram despachados em meio a telefones, equipamentos eletrônicos, suplementos alimentares, roupas e calçados.

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