A venda de aço pela Gerdau no segundo trimestre deste ano caiu 0,7% em relação ao mesmo período do ano passado e foi a 4,240 milhões de toneladas. Ante os três primeiros meses do ano, porém, cresceu 10,1%. No primeiro semestre do ano a venda de aço pela Gerdau caiu 3,8%, para 8,091 milhões de toneladas.
Já a produção de aço no intervalo de abril a junho deste ano diminuiu 2,9% ante o segundo trimestre de 2015, para 4,304 milhões de toneladas. Na relação com o primeiro trimestre do ano foi registrado um aumento de 3,6%. De janeiro a junho a produção de aço pela siderúrgica gaúcha caiu 3,6% e foi a 8,458 milhões de toneladas.
Segundo a Gerdau, as vendas no segundo trimestre refletiram maiores exportações a partir da operação brasileira e uma redução nos volumes vendidos na operação Aços Especiais, por conta da venda das unidades na Espanha. “Em relação ao primeiro trimestre do ano, o volume consolidado de vendas apresentou aumento em todas as operações de negócio, exceto na ON Aços Especiais”, destaca em documento que acompanha o seu demonstrativo financeiro nesta quarta-feira, 10.
No Brasil, as vendas para o mercado interno, volume que não inclui as unidades de aços especiais, caíram 7,7% em um ano para 1,007 milhão de toneladas, diante de um menor nível de atividade da construção civil e da indústria, segundo o informe de resultados. Na relação com o trimestre imediatamente anterior houve um aumento de 12,4%. No entanto, para compensar o menor desempenho no mercado interno, 622 mil toneladas de aço foram exportadas, aumento de 30,4% ante o segundo trimestre de 2015 e de 18,3% ante os três primeiros meses do ano, o que Gerdau atribui à sazonalidade no período e melhora dos preços internacionais do aço no início de 2016.
A Gerdau explicou, ainda que a queda da produção de aço na relação anual deveu-se a um movimento de readequação dos níveis de estoque nas unidades de aços especiais no Brasil e também pela venda da unidade de aços especiais na Espanha. Já o aumento na base trimestral ocorreu por conta da recomposição de estoques nas Operações de Negócio Brasil e América do Norte.
Da produção de minério de ferro da companhia, 1,275 milhão de toneladas foram destinadas para a usina de Ouro Branco, em Minas Gerais, e 1,104 milhão de toneladas foram vendidas a terceiros, reflexo da melhora dos preços do insumo.
Real valorizado
Com o real mais valorizado ante o dólar no segundo trimestre deste ano, a alavancagem da Gerdau, medida pela razão da dívida líquida pelo Ebitda, foi a 3,6 vezes, queda de 0,5 ponto porcentual em relação ao visto no primeiro trimestre do ano. No entanto, a alavancagem subiu 0,6 ponto ante o mesmo intervalo do ano passado, quando estava em 3 vezes.
Considerando tanto a dívida líquida quanto o Ebitda em dólar – lembrando que maior parte da receita da Gerdau é na moeda estrangeira -, a alavancagem fica em 4,1 vezes, ante 2,6 vezes no mesmo intervalo do ano passado e de 4 vezes no primeiro trimestre deste ano.
A dívida líquida da companhia no período de abril a junho caiu 13% na relação trimestral e foi a R$ 15,797 bilhões, informou hoje a empresa. Ante a dívida líquida vista no fim de dezembro do ano passado, o recuo foi de 19%.
Já a dívida bruta ficou em R$ 20,674 bilhões, queda de 13% na relação trimestral e de 22% ante a observada em dezembro do ano passado. “9,5% da dívida bruta era de curto prazo e 90,5%, de longo prazo. A dívida bruta era composta por 16,4% em reais, 79,2% em dólar norte-americano e 4,4% em outras moedas”, detalha a Gerdau.
A Gerdau possui vencimentos de R$ 3,126 bilhões em 2017, de R$ 1,162 bilhão em 2018 e de R$ 877 milhões em 2019.
O caixa da Gerdau ao fim de junho era de R$ 4,877 bilhões, queda de 12% ante o caixa anotado no fim de março. Em relação ao caixa do fim de dezembro, o recuo é de 29,5%.
Resultado financeiro
A Gerdau apresentou perda financeira de R$ 23 milhões no segundo trimestre deste ano, 88,9% a menos do que o visto no mesmo intervalo do ano passado. Nos primeiros três meses deste ano, a companhia havia registrado ganho financeiro de R$ 39 milhões.
“No segundo trimestre do ano quando comparado com o segundo trimestre de 2015, a variação do resultado financeiro ocorreu, basicamente, em função da variação cambial líquida positiva sobre os passivos contratados em dólar norte-americano, ainda que as despesas financeiras tenham aumentado pelo efeito negativo da variação cambial”, frisa a Gerdau no relatório que acompanha o demonstrativo financeiro da empresa.