Política

Vereadores aprovam PL de Lucas que aumenta taxa da iluminação em Guarulhos; veja como eles votaram

O prefeito Lucas Sanches (PL) conseguiu a aprovação de seu projeto que onera ainda mais o comércio e a indústria de Guarulhos, com o considerável aumento da Cosip, a taxa de iluminação pública. Contrariando seus discursos de campanha, quando dizia que era contra taxas e impostos, com a aprovação de 27 vereadores em primeira votação e 26 na segunda, Lucas institui a alíquota de 6% para a indústria e 4% para o comércio. Antes, assim como os consumidores residenciais, todos pagavam por faixa de consumo.

Cálculos realizados pelo GWEb mostram aumentos expressivos para o setor produtivo. Quem consome 1.000 kw/h por mês paga atualmente uma taxa fixa de R$ 97,67. Com a aprovação do  projeto 251/2025, a mesma empresa pagará 6% do total da conta para a Prefeitura. Ou seja, uma indústria que paga R$ 10 mil por mês para a EDP, concessionária de energia elétrica, será obrigada a contribuir com R$ 600 para a Prefeitura. Neste caso, o reajuste chegará a 615%. Mas esse índice pode ser ainda superior quando o consumo for maior. Se gastar R$ 20 mil, em vez de R$ 97,67 pagará R$ 1.200, ou seja, um aumento de 1.230%.

A alíquota para o comércio que também era fixa conforme a faixa de consumo passará para 4% sobre o total.  Quem gastava R$ 10 mil por mês pagava R$ 47,67 de Cosip. Agora passará a gastar R$ 400,00 por mês, aumento de 840% na contribuição.  O aumento de Lucas Sanches prejudicará também os pequenos comerciantes. Quem consome até 50 kw e gasta perto de R$ 400 em energia passará a pagar R$ 16,00 de Cosip, quase 100% a mais dos R$ 8,16 da tabela anterior.

Em defesa do PL, Lucas informa que a arrecadação com a taxa de iluminação pública será usada para custear serviços de expansão dos serviços na cidade. No entanto, durante as duas gestões anteriores, o ex-prefeito Guti promoveu a troca de 100% da iluminação pública de Guarulhos, com a substituição de 73 mil lâmpadas por led em todo o município em um processo concluído ainda no final de 2023, sem qualquer reajuste na Cosip, taxa que foi instituída em 2014 na cidade.

“Não estamos aumentando por aumentar. Estamos adequando, fazendo justiça fiscal. Estamos pensando na qualidade da iluminação pública”, afirmou Laercio Sandes, defendendo a aprovação.

Quem aprovou o aumento da Cosip de Lucas Sanches:

  • Adalmir Abreu (PSB)
  • Alemão do Transporte (DC)
  • André Alves (Cid)
  • Biriba (DC)
  • Carlinda Tinoco (REP)
  • Carlos Veloso (Novo)
  • Daniel Rodrigues Alves (DC)
  • Daniel Santos (PP)
  • Danilo Gomes (REP)
  • Laércio Sandes (UB)
  • Geléia (PSD)
  • Geraldo Celestino (MOB)
  • Gilvan Passos (REP)
  • Guto Tavares (PDT)
  • Joseval Queiroz (PL)
  • Junior Caiçara (Novo)
  • Karina Soltur (PSD)
  • Kleber Ribeiro (PL)
  • Lamé (PCdoB)
  • Lauri Rocha (PSD)
  • Leandro Dourado (PMB)
  • Luís da Sede (PSD)
  • Martello (REP)
  • Pastor Adalberto (MOB)
  • Rafa Marques (MDB)
  • Ticiano (PSD)
  • Wellinton Bezerra (PRTB)

 

Quem votou contra o aumento proposto por Lucas Sanches

  • Delegado Mesquita (REP)
  • Edmilson Souza (PSOL)
  • Fernanda Curti (PT)
  • Janete Pietá (Rede)
  • Marcelo Seminaldo (PT)
  • Maurício Guti (MOB)
  • Prof. Romulo Ornelas (PT)

 

Vereadores aprovam PL que mantém desconto de IPTU para 2026

Um dos projetos, o 250/2025, enviados por Lucas Sanches para a Câmara dentro do “pacote das maldades”, como foi chamado por aumentar impostos para o setor produtivo, e aprovado foi o que mantém o IPTU congelado por mais um ano. Em sua justificativa, o atual prefeito elogiou seu antecessor, o ex-prefeito Guti.

“Considerando que o Município já pratica, com sucesso, o desconto no valor das correções aplicadas à Unidade Fiscal de Guarulhos – UFG no pagamento do IPTU, sem causar prejuízos aos cofres públicos, propõe-se através do Projeto de Lei em questão a continuidade da concessão desse benefício para o exercício de 2026 nos recolhimentos efetuados até a data do vencimento, buscando assim a redução da inadimplência do contribuinte, além de promover justiça fiscal e social”.

Por 32 votos a favor e apenas dois contrários, das vereadoras Fernanda Curti (PT) e Janete Pietá (Rede), os vereadores mantiveram o imposto congelado mais um ano.  No entanto, o IPTU virá maior para boa parte da população já que a Prefeitura está promovendo a atualização da Planta Genérica de Valores, que incidirá sobre os imóveis que apresentem mudanças como aumento da área construída. Em 2013, o ex-prefeito Sebastião Almeida (então no PT) gerou reajustes de até 2.000% em muitos casos.

Durante os oito anos da gestão do ex-prefeito Guti, desde 2017 até este ano, não houve qualquer reajuste, nem repasse da inflação. E é isso que Lucas propôs agora.

Edmilson Souza (PSOL), que em tese é da oposição, subiu à tribuna para defender o projeto de Lucas, já que diz ser contra qualquer reajuste de imposto. Fausto Martello (Republicanos), presidente da Casa, criticou o congelamento do IPTU por oito anos pelo ex-prefeito Guti. “O Lucas é esperto. Em 2026 tem eleição. Em 2027, será outra história”, afirmou.

Laércio Sandes (UB), sempre contrário ao congelamento do IPTU nas gestões de Guti, é outro que mudou de discurso agora. Ele falou que há muitas distorções nas cobranças do imposto, que vêm de longa data de administrações anteriores ao ex-prefeito. “Isso é uma bomba relógio deixada. Não podemos deixar incidir 50% de aumento para o próximo ano. Por isso, defendemos o aumento da alíquota do ISS e a correção de distorções na taxa de iluminação para compensar as perdas do IPTU. É correto prorrogar o congelamento para 2026”.

Fernanda Curti defendeu que o congelamento fosse apenas para os trabalhadores, por isso votou contra. Janete, por sua vez, disse que Lucas está tentando iludir a população, já que a Prefeitura irá reajustar a Planta Genérica, que vai incidir em todos imóveis que tiveram qualquer aumento de tamanho ou melhoria nos últimos anos.

 

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