Opinião

Fora políticos de ficha suja

Finalmente, o Supremo Tribunal Federal decidiu colocar em votação e aprovou a aplicação da Lei da Ficha Limpa a partir das eleições deste ano. A medida, aprovada em 2010, pouco antes da disputa daquele ano, gerou muita controvérsia até que ficasse claro que ainda não valia para aquele pleito. Tanto que alguns parlamentares conseguiram tomar posse somente depois que o STF se pronunciou a respeito. Agora, em tempo hábil, a manifestação final: Pela norma, casos ocorridos antes da sanção da lei podem resultar em inelegibilidade. E candidatos com condenações judiciais por órgãos colegiados terão o registro negado. Pela norma anterior, somente com o trânsito em julgado é que uma pessoa ficaria inelegível.


 


Com a decisão, tem muito político que pretendia se candidatar nas eleições municipais, seja pra prefeito ou para vereador, que está fora do páreo. Como os partidos ainda seguem em negociações políticas para definir suas chapas, é possível – por exemplo – que determinadas siglas mudem o rumo das conversas, partindo para coligações com nomes limpos. Isso pode ocorrer, inclusive em Guarulhos, onde alguns pretensos candidatos devem ficar fora do páreo.


 


Mas o melhor fica para o lado dos eleitores que, muitas vezes, iludidos pelas campanhas eleitorais não sabem discernir entre aqueles que realmente merecem seus votos e outros que – na vida pública ou privada – acumulam problemas com a Justiça. Hoje, o Congresso Nacional, por exemplo, conta com uma série de deputados e senadores totalmente envolvidos em problemas judiciais, alguns amplamente divulgados pela mídia. Mesmo assim, graças a seus poderes de persuação e até pela força do poder financeiro de suas campanhas milionárias, enganam muita gente ainda.


 


Com a Ficha Limpa, em vigor, corta-se o mal pela raiz. Esses políticos, que têm problemas com a Justiça, não podem participar do jogo. Assim, não terão condições de enganar pessoas inocentes, como geralmente o fazem. Assim, ganha o Brasil. Ganha a democracia. Como deve ser.


 


A decisão, por mais tardia que seja, é muito bem vinda e deve ser comemorada. Quem sabe, daqui a algum tempo, o Brasil possa se ver livre de gente sem qualquer escrúpulo de nossa política. Aí, talvez, possamos viver dias bem melhores.

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