Economia

Juros curtos caem à espera de medidas fiscais; taxa longas sobem

A trégua no exterior e a perspectiva de um ajuste fiscal na economia brasileira embutiram um viés de baixa nas taxas de juros de curto prazo, que também miraram o recuo do dólar durante a sessão desta quarta-feira, 7. As taxas longas, por sua vez, miraram o yield (retorno) dos Treasuries e subiram.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de DI para abril de 2015 (100.700 contratos) estava em 12,215%, de 12,214% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2016 (81.960 contratos) apontava 12,74%, de 12,78% ontem. O DI para janeiro de 2017 (148.620 contratos) mostrava 12,61%, de 12,66% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 (69.980 contratos) indicava 12,18%, de 12,08% no ajuste da véspera.

Para profissionais, as notícias de que o governo pretende promover cortes de gastos antes mesmo de o Orçamento de 2015 ser aprovado acabou favorecendo o movimento de baixa das taxas mais curtas e intermediárias, por sinalizar que a política fiscal deve, de fato, ajudar a monetária no combate à inflação.

Nos EUA, o juro da T-note de dez anos estava em 1,9756% às 16h35, ante 1,950% no fim da tarde de ontem. É a primeira alta em oito dias, o que não afasta, contudo, uma tendência de queda, segundo analistas, diante das incertezas globais.

Na sessão de hoje, a recuperação dos yields se deu na esteira de indicadores e de um movimento de realização de lucros. O setor privado criou 241 mil empregos em dezembro, segundo a Automatic Data Processing/Macroeconomic Advisers (ADP/MA). Apesar de o dado ter vindo abaixo da previsão, de geração de 250 mil novas vagas, a leitura de novembro foi revisada em alta (de 208 mil para 227 mil).

O ambiente de maior apetite por risco no exterior também se deu em cima de expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) aumente seus estímulos monetários, por causa dos dados que mostraram deflação na zona do euro.

Posso ajudar?