Economia

Em protesto contra Belo Monte, índios invadem sede do Ibama no Pará

Um grupo de índios invadiu nesta quinta-feira, 23, o escritório do Ibama em Altamira, no Pará. Eles protestam contra o processo de licenciamento da hidrelétrica de Belo Monte, em construção no Rio Xingu, a poucos quilômetros do município paraense.

Os índios ocupam o prédio da Ibama e já atearam fogo em um barco do órgão ambiental federal. O escritório central do Ibama, em Brasília, informou que está monitorando a situação.

Belo Monte aguarda a emissão da licença de operação pelo Ibama, documento que autoriza o consórcio Norte Energia, administrador da usina, a iniciar o enchimento do lago da hidrelétrica. A meta da companhia é iniciar o enchimento de sua represa no dia 15 de setembro, prazo que foi informado pelo consórcio em relatório encaminhado ao Ibama.

O Ministério Público Federal (MPF) no Pará e o Instituto Socioambiental (ISA) criticam o atraso no atendimento a diversas ações compensatórias aos povos indígenas atingidos por Belo Monte, descumprimentos que o consórcio nega.

Até fevereiro, a empresa Norte Energia ainda tinha que concluir a desapropriação de mais de 2 mil imóveis localizados na área impactada pela usina. O reassentamento total das mais de 20 mil pessoas atingidas pela hidrelétrica é uma das ações compensatórias mais atrasadas da usina.

Se conseguir encher seu reservatório a partir de setembro, a Norte Energia pretende iniciar a geração de energia em novembro, com nove meses de atraso em relação ao cronograma oficial. Por contrato, a usina tinha que ter começado a gerar energia no dia 28 de fevereiro. A operação começaria por sua casa de força complementar, que prevê o acionamento gradual de seis turbinas de 38,85 megawatts (MW) cada.

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