A compra de aço plano pela rede de distribuição caiu 7,7% em maio na comparação com o mesmo mês de 2016, totalizando 231,4 mil toneladas, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira, 20, pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda).
Na comparação com abril, por outro lado, houve alta de 4,6% – a entidade esperava que as compras ficariam estáveis em relação ao quarto mês do ano. O levantamento da entidade inclui chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio, chapas zincadas a quente, chapas eletro-galvanizadas, chapas pré-pintadas e galvalume.
Já as vendas de aços planos em maio chegaram em 241 mil toneladas, queda de 12,4% na relação anual e avanço de 12,8% na mensal.
Com isso, os estoques de maio diminuíram 1% ante abril, com 949,5 mil toneladas. O giro de estoques caiu no mês passado, para 3,9 meses.
As importações, por sua vez, alcançaram em maio 111,9 mil toneladas, alta de 116% na comparação anual e crescimento de 53,5% frente ao mês imediatamente anterior.
Para junho, a entidade projeta que as compras recuem aproximadamente 5% ante maio, enquanto as vendas deverão se manter estáveis.
Projeções
O Inda trabalha com a perspectiva de melhora nas vendas no segundo semestre de 2017 em relação aos primeiros seis meses deste ano, de acordo com o presidente da entidade, Carlos Loureiro.
“Se confirmarmos as projeções de junho, fecharemos (o semestre) com queda de 9,8%”, disse Loureiro, durante coletiva de imprensa – o Inda projeta que as vendas fiquem estáveis em relação a maio, quando foram comercializadas 241 mil toneladas de aços planos.
Para o executivo, os números devem melhorar ao longo da segunda metade do ano, fazendo com que o resultado consolidado em 2017 seja 2% menor que o verificado em 2016, mesma estimativa informada na última reunião do instituto.
Questionado a respeito de eventuais impactos da atual crise política no mercado, Loureiro avaliou que a área de investimentos acaba sendo mais atingida. “Mas a parte de consumo estava tão baixa que não mexeu muito, andou de lado.”
Antidumping
O presidente do Inda disse que as usinas brasileiras estudam entrar com um novo processo antidumping contra a China, principalmente em relação aos produtos zincados.
Em coletiva de imprensa, Loureiro ressaltou que uma decisão final ainda não foi tomada, mas destacou que as usinas estariam levando em conta dados de consumo e preço para sustentar um eventual novo processo.
“Há evidência que esses produtos, principalmente os zincados, estão sendo vendidos muito abaixo do preço justo”, disse o executivo, citando que, no mercado americano, a diferença de valores entre bobina quente e zincados é de cerca de US$ 300 – na China, essa variação ficaria em torno de US$ 100. “É um sinal muito claro de que está havendo dumping”, disse.