Os executivos de finanças da Localiza e da Cemig disseram, no XXV – Congresso Nacional de Executivos de Finanças (Conef), promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), que estão preocupados em proteger os caixas de suas companhias frente ao cenário macroeconômico adverso para 2015. “Boas empresas podem quebrar por falta de caixa. Nós temos muita preocupação com isso. Estamos buscando ganhar mais produtividade, reduzindo custos e dessa forma preservando o caixa”, declarou o CFO da Localiza, Roberto Mendes.
O CFO da Cemig, Luiz Fernando Rolla, afirmou que, por conta da volatilidade do custo e preço da energia, a empresa tem que fazer um esforço grande para proteger esse fluxo de caixa. “Para se ter uma ideia, somente na Cemig Distribuição, tínhamos uma previsão de gastos com compra de energia de R$ 3 bilhões em 2014, mas vamos fechar com despesas de cerca de R$ 7,5 bilhões. Estou preparando as minhas captações esse ano para ficar tranquilo com relação ao caixa para o ano que vem. Além disso, nossa gestão de caixa foi muito conservadora, não somente pelo negócio em si, mas também pela nossa condição de estatal”, falou.
Fundo de crises
Ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Rolla disse que a sugestão de um fundo de crise – proposta incluída no documento enviado pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) às equipes de campanha dos candidatos Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) – tem que ser ponderada, analisada. “São ideias. Mas hoje tem que resolver estruturalmente o que está acontecendo para evitar o acúmulo de custos, que é o que me parece o que está ocorrendo. Temos que tratar as causas e mitigá-las com essas alternativas que estão sendo propostas, como o fundo de crise e outras ações”, declarou.
Por conta da forte estiagem, o País começou a gerar energia de usinas térmicas, o que impulsionou o preço no custo da energia, causando um descasamento bilionário entre as receitas e as despesas do setor. Para ajudar as empresas, em 2013 o Tesouro Nacional repassou R$ 9,8 bilhões às distribuidoras e, neste ano, um consórcio de bancos públicos e privados deve emprestar outros R$ 17,8 bilhões ao segmento.
“A situação ainda persiste. O preço da energia está ainda em um patamar muito alto. Muito acima do que o governo pensava estar no segundo semestre. Por isso que tem que rever projeções e isso vai resultar em um pouco mais de subsídios para o setor. O consumidor sozinho não consegue pagar essa conta, tem que ter essa ajuda toda do governo”, disse o executivo da Cemig.