Economia

Credit Suisse: gasolina pode não precisar subir em 2014

A continuação do atual declínio dos preços internacionais da gasolina até o final do ano, que é compatível com os preços futuros e de uma taxa de câmbio de R$ 2,50, reduziria a necessidade de um aumento de preços do combustível em 2014. É o que diz um relatório divulgado nesta terça-feira, 14, pelo Banco Credit Suisse.

A previsão do banco toma como premissa o fato de o preço da gasolina no mercado internacional ter ficado ontem 1% abaixo do preço praticado no doméstico diante da trajetória de queda no preço da commodity no exterior, diz o relatório. Segundo o documento, a diferença entre o preço internacional e o doméstico da gasolina foi de 17,3% na média de janeiro a setembro e chegou a 24,3% em 25 de setembro.

A queda na diferença de preços da gasolina de 24,3% em 25 de setembro para 1% ontem, segundo os analistas do Credit Suisse, foi impulsionada por uma queda de 19,2% no preço do combustível no mercado internacional e pela valorização do real de 1,4% no período em análise.

Os preços futuros apontam para uma queda de 3% nos preços da gasolina no mercado internacional em dezembro, na comparação com o patamar atual, implicando um preço no mercado doméstico 4% mais alto, considerando a atual taxa de câmbio. “Nossa projeção para o IPCA de 6,4% ao fim deste ano não embute qualquer alta nos preços da gasolina, que pode levar o IPCA a superar o limite do teto da meta de inflação”, diz o Credit.

Ainda de acordo com o relatório do Credit Suisse, a estimativa é de que um aumento de 5% nos preços da gasolina nas refinarias até o início de dezembro elevaria a inflação pelo IPCA em 2014 em 0,15 ponto porcentual.

“Para 2015, prevemos um aumento nos preços de refinaria de 11%. Além disso, assume-se uma retomada da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para R$ 0,09 por litro no primeiro trimestre. Esta taxa só iria aumentar o preço da bomba de gasolina em 3%”, dizem no relatório os economistas do banco.

Assim, de acordo com eles, o restabelecimento da Cide e o alinhamento do preço interno com os níveis internacionais implicaria um aumento do preço da gasolina de 11% na bomba, em 2015, cujo impacto sobre a inflação IPCA seria de 0,4 ponto porcentual em 2015.

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