Opinião

Demissão de Silva não resolve nada

A escolha do deputado Aldo Rebello para o comando do Ministério dos Esportes, no lugar de Orlando Silva, demitido pela presidente Dilma Rousseff, na última quarta-feira, não serve como parâmetro para indicar que o governo federal tem como objetivo maior promover a grande faxina ética tão esperada pela sociedade. Diferente disso, demonstra que trata-se de uma troca apenas de nomes, sem uma mudança efetiva de comportamento, que deveria livrar a pasta de tantas suspeitas.


Pesa para isso o fato de não ser apenas Orlando Silva o principal alvo de tantas suspeitas. Mas sim a organização que se criou em torno no Ministério dos Esportes, comandado pelo PC do B, desde a primeira gestão do Governo Lula. Ou seja, ao escolher o comunista Aldo Rebello como novo ministro, Dilma não promove uma mudança de rumos, como se esperava. Diferente disso, mantém no comando um grande líder do partido, envolto nos escândalo.


Não é novidade que o programa Segundo Tempo, desde que foi criado, protagonizou diversos escândalos, nos mais diversos estados brasileiros. Em Guarulhos mesmo, as denúncias de desvios que beneficiariam pessoas ligadas ao PC do B fizeram com que a adminsitração municipal promovesse uma série de mudanças no projeto, incluindo outros agentes, como a Secretaria de Educação na gestão, antes apenas nas mãos do Esportes.


Aliás, tanto o governo federal tem a noção exata de que o Segundo Tempo, nas mãos do PC do B, é uma fonte interminável de problemas, que – ao longo dos anos – em diferentes oportunidades precisou interferir, assim como ocorreu em Guarulhos.


Neste momento, Dilma tenta evitar que o desgaste com mais essa crise não afete as relações internacionais para a promoção da Copa do Mundo de 2014, sob o comando do ministro dos Esportes.


Porém, ao manter o mesmo PC do B à frente, ela não consegue passar ao mundo essa ideia de trabalha pela moralização. Diferente disso, fica a mercê de que uma nova denúncia – o que não é difícil de ocorrer – coloque por terra mais um ministro. O que seria terrível não só para ela mas, principalmente, para a já desgastada imagem do Brasil. 

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