O dólar terminou a sessão desta terça-feira, 11, em alta ante o real, ajudado pelas incertezas com o futuro da política econômica, que ganharam força após a notícia divulgada pela manhã de que o governo enviou ao Congresso Nacional um projeto que pode retirar o limite para abatimentos no resultado fiscal. O baixo giro de negócios, devido ao feriado nos EUA, que manteve os mercados de Treasuries fechados, também contribuiu para o avanço do dólar no Brasil.
O projeto do governo prevê alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Se aprovado, ele dará grande flexibilidade na administração da meta de superávit primário das contas do setor público, uma vez que acaba com o limite fixo de R$ 67 bilhões para o abatimento das desonerações tributárias e os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ou dá a chance de o governo abater da meta todo o volume de investimentos do PAC e de desonerações que for feito até o final do ano. O Ministério do Planejamento, no entanto, afirmou, por meio de nota, que, apesar da mudança, o governo está comprometido a realizar o máximo de superávit primário e, ao mesmo tempo, garantir a execução de investimentos prioritários.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), escolhido para ser o relator da proposta, afirmou nesta tarde que não vai mudar o projeto e que, para acelerar sua tramitação, apresentará o texto amanhã, 12, na Comissão Mista de Orçamento (CMO).
A moeda americana retomou a trajetória de alta em relação ao real hoje e tocou em uma máxima à vista, de R$ 2,570, no fim da manhã, o maior nível intraday desde abril de 2005. O avanço do dólar foi impulsionado pelas incertezas sobre a economia. No entanto, a presença de exportadores no mercado, na primeira parte da sessão, limitou a valorização do dólar. No exterior, o dólar teve um desempenho misto ante outras divisas, em meio à falta de notícias catalisadoras e ao baixo volume de negócios com o feriado do Dia do Veterano nos EUA.
O único indicador anunciado nos EUA foi o que mede o otimismo das pequenas empresas no país. Segundo a Federação Nacional de Empresas Independentes (NFIB, na sigla em inglês), o indicador subiu para 96,1 em outubro, de 95,3 em setembro.
No mercado de câmbio no balcão, o dólar à vista fechou cotado a R$ 2,5630 (-0,31%). O volume de negócios totalizou US$ 638 milhões. No mercado de câmbio futuro, o dólar para dezembro subia 0,43%, a R$ 2,5770, por volta das 16h30.