Funcionário aposentado e ex-gerente de Implementação do empreendimento das unidades de hidrotratamento (HDT) da refinaria de Abreu e Lima, Marcos José Pessoa de Resende disse nesta quarta-feira, 10, à CPI da Petrobras que a comissão de licitação recebeu com antecedência a lista de empresas que seriam convidadas para as obras.
Segundo o ex-funcionário, as gerências executivas da Diretoria de Abastecimento e Serviços, representadas por Venina Velosa da Fonseca e Pedro Barusco, encaminharam um Documento Interno da Petrobras (Dip), em julho de 2008, para a diretoria executiva solicitando a instauração do processo de licitação e indicando as empresas para as obras. “O Dip dizia: as obras são essas e as empresas são essas”, relatou. “Não sei quem escolheu as empresas”, completou.
Apesar da indicação dos convidados a participar da obra, ele contou que a orientação da companhia era estimular a competitividade e ter no mínimo 15 empresas aptas a participar do processo. “É assim que funciona sempre: se faz a seleção das empresas pelo cadastro de fornecedores da Petrobras. As empresas de melhores notas são as escolhidas”, declarou. Para ele, os problemas em Abreu e Lima aconteceram devido à execução dos projetos básicos e executivos juntos para agilizar a obra.
Resende é o último da rodada de seis funcionários da estatal ouvidos nesta quarta, 10, pela CPI. Ele contou que foi indicado à função por Glauco Legatti, ex-gerente-geral de Implementação de Empreendimentos para a refinaria Abreu e Lima (PE). “Nunca vi nada, não tenho motivo para desconfiar de algum ato ilícito que ele tenha feito”, comentou o ex-funcionário, ressaltando que sua área não tinha contato com as empreiteiras.
O penúltimo ouvido foi Carlos Frederico Trevia, ex-gerente de Relacionamento e Comunicação das empresas do Comperj, mas pouco contribuiu com a comissão. Ele contou que era ligado à área de projetos sociais e não tinha relação com as obras. Embora tenha sido apontado por investigação interna da Petrobras como um dos 19 responsáveis por irregularidades no Comperj, Trevia disse à CPI que nada foi comprovado contra ele.