Composto com US$ 15 bilhões em recursos chineses e US$ 5 bilhões do Brasil, o Fundo Brasil-China começou a receber este mês as inscrições de projetos interessados em financiamento. Os empréstimos, a serem concedidos na proporção de três para um entre recursos chineses e brasileiros, serão em duas moedas. A parte brasileira será em reais e a chinesa, em dólares.
O dinheiro virá de bancos. Do lado brasileiro, participarão o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Brasil, mas outras instituições, inclusive privadas, poderão participar. Do lado chinês, os recursos virão do Claifund.
O custo de financiamento será definido a cada projeto e não necessariamente será menor do que o obtido diretamente nos bancos. A diferença é que, ao ser aprovado pelo conselho do fundo, composto por três representantes de cada país, o projeto ganha uma espécie de selo de qualidade que melhora suas chances de acessar fontes de recursos.
O fundo poderá, ainda, entrar como investidor nos projetos por ele aprovados. O Claifund sinalizou com participações de até 40%.
O conselho do fundo ainda não se reuniu. Em seu primeiro encontro, pré-agendado para agosto, deverá discutir inclusive qual o critério para desempate nas votações, uma vez que o número de representantes é igual dos dois lados.
O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Jorge Arbache, ressaltou que a gestão paritária do fundo é uma experiência nova para os chineses. Outras “novidades” foram introduzidas a pedido do Brasil, como a eliminação da obrigatoriedade de os projetos adquirirem equipamentos ou contratarem construtoras da China.
O embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, disse que o fundo poderá ser um modelo de cooperação com outros países da América Latina. Ele destacou que as relações entre China e Brasil avançam em suas três vertentes: comércio, investimento e financiamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.