Economia

Investidores não acreditam que Levy alcance superávit de 1,2%, diz pesquisa BofA

Os investidores brasileiros não acreditam que o ministro indicado da Fazenda, Joaquim Levy, conseguirá atingir sua meta de um superávit primário de 1,2% do PIB em 2015, segundo uma pesquisa do Bank of America Merrill Lynch (BofA). O banco realizou a sondagem com quase 200 investidores, durante o evento Brazil Macro Year Ahead, realizado na semana passada. Entre os entrevistados, 51% acreditam que o superávit ficará entre 0,5% e 1,0%; outros 20% têm uma previsão ainda menor, de menos de 0,5%; 28% veem um resultado entre 1,0% e 1,2%; e somente 1% esperam que a meta seja superada.

Entre os ajustes esperados para serem adotados pela nova equipe econômica, excetuando-se a política fiscal, 36% dos entrevistados apostam em um aperto monetário; 26% não creem em ajuste nenhum; 20% acreditam em reformas estruturais; 13% antecipam mudanças nos mercados de crédito; e 5% esperam maior abertura comercial. Questionados sobre em que ponto o atual ciclo de aperto monetário deve terminar, a maioria (49%) vê a Selic atingindo um pico de 12,50%.

Os investidores estão divididos sobre quanto da nova equipe econômica já está precificado pelos mercados. Quase metade (48%) acredita que novos ralis nos ativos brasileiros ainda são possíveis, mas outros 40% avaliam que o futuro time já está inteiramente precificado e 11% acham que os ganhos nos mercados foram excessivos.

Em relação à economia global, o principal temor dos investidores brasileiros é com o aumento nos yields dos Treasuries (49% das respostas), seguido da deflação na Europa (24%), a queda nos preços do petróleo (17%) e riscos geopolíticos em geral (10%). E eles não acham que a recente retração nos preços das commodities é um fator transitório. Para 52%, o movimento se deve a choques estruturais e deve levar a uma menor inflação global.

Nesse cenário, as perspectivas para o crescimento do Brasil não poderiam ser positivas. Apenas 7% esperam uma expansão do PIB em 2015 de mais de 1%. Para a maioria (46%), a atividade deve ter alta de zero a 0,5%. Além dos fatores citados acima, o risco de racionamento de energia também entra na conta. Do total de entrevistados, 38% acreditam que a chance de isso acontecer é de 20% a 40%. A crise na Petrobras é mais um dado a se considerar. Cerca de 32% acreditam que o escândalo na estatal pode levar a um crescimento menor, embora a maioria (53%) espere apenas um tumulto político maior (53%). Em relação ao câmbio, os investidores (59%) veem o dólar terminando o próximo ano entre R$ 2,65 e R$ 2,85.

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