Economia

Juros têm forte alta no pós-Copom e com resultado fiscal ruim

Os juros futuros fecharam em forte alta nesta quinta-feira, 30, pós-reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Não bastasse o Banco Central não ter dado nenhum indício de fim do ciclo de aperto monetário, o resultado do setor público consolidado, divulgado nesta manhã, veio muito pior do que as previsões e dificulta bastante o cumprimento da meta de superávit primário este ano.

Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, o depósito interfinanceiro (DI) para julho de 2015 (443.770 contratos) projetava taxa de 13,290% – na máxima -, ante 13,194% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2016 (293.605 contratos) indicava 13,67%, de 13,48% na véspera. O DI para janeiro de 2017 (389.200 contratos) marcava 13,46%, de 13,22%. E o DI para janeiro de 2021 (143.610 contratos) mostrava 12,74%, de 12,56%.

Ontem, ao decidir elevar a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,25%, o BC emitiu um comunicado lacônico, deixando as portas abertas para um aperto de mesma magnitude no próximo encontro. Como muitos analistas achavam que o ajuste do juro básico poderia terminar agora em abril ou que já haveria algum sinal de redução do ritmo, isso forçou a reavaliação de posições. E, hoje, o resultado fiscal do governo mostrou que a política monetária pode não contar tanto assim com essa ajuda.

O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) apresentou superávit primário de R$ 239 milhões em março, o pior resultado para o mês da série histórica, iniciada em 2002. No acumulado do primeiro trimestre, o superávit é de R$ 19,003 bilhões, o pior para o período desde 2009.

Enquanto isso, nos EUA o sinal também é mais hawkish. Ontem, o Fed disse que a fragilidade da economia no primeiro trimestre é temporária e não deu nenhum indício de que poderia adiar o início do aperto. Hoje, os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA caíram para 262 mil, o menor nível em 15 anos.

Posso ajudar?