Economia

Sebrae: faturamento de MPEs de SP em fevereiro tem maior queda em 17 anos

O faturamento real das micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo caiu 18% em fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2014, mostra pesquisa do Sebrae-SP divulgada nesta quinta-feira, 30. Segundo a entidade, foi a maior queda porcentual para o mês de fevereiro na comparação anual desde 1998, ano em que o levantamento teve início. Em relação a janeiro, as MPEs faturaram 1,3% a menos. Com o resultado de fevereiro, o faturamento dessas empresas acumula queda de 16,5% no primeiro bimestre, na comparação com igual intervalo do ano passado.

Em nota à imprensa, o Sebrae-SP avaliou que o resultado ruim é reflexo da demanda desaquecida, em razão da confiança de consumidores em baixa, aumento do desemprego, queda do rendimento dos trabalhadores, inflação mais alta e efeitos de curto prazo das medidas de ajuste fiscal. “Esse conjunto de fatores tem limitado o consumo interno, o que piora o desempenho das MPES, especialmente no comércio e serviços”, diz a entidade em nota. A instituição aponta ainda o menor número de dias úteis em fevereiro ante março e igual mês de 2014 como um dos fatores que prejudicaram o faturamento.

Na análise por setores entre os pequenos negócios paulistas pesquisados, o comércio registrou a maior queda, de 19,1%, no faturamento em fevereiro frente um ano antes. Em seguida, aparecem as MPEs do setor de serviços e indústria, que se retraíram 18% e 15,2% na mesma base de comparação, respectivamente. A pesquisa do Sebrae-SP informa também que a receia total dos pequenos negócios do Estado de São Paulo em fevereiro foi de R$ 43,6 bilhões, o equivalente a recuo de 18% na comparação com igual mês do ano passado e de 1,3% em relação a janeiro deste ano.

Pessimismo

O estudo mostrou também que o pessimismo dos empresários para os próximos meses aumentou. Em março, 58% dos donos de MPEs entrevistados achavam que o faturamento da empresa ficaria estável. Em março do ano passado, esse porcentual era de 55%. Já os que preveem piora eram 12% em março, ante 6% um ano antes. Em relação ao comportamento da economia brasileira, 46% esperam que a situação vai piorar, nível recorde de pessimismo da série histórica, iniciada em maio de 2005. O recorde anterior tinha sido registrado em fevereiro deste ano, quando 43% tinham essa expectativa.

Detalhes da pesquisa

A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é realizada mensalmente, com apoio da Fundação Seade. São entrevistados 2.716 proprietários de micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo, por mês. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo IBGE.

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