Economia

Dólar se enfraquece com dados fracos nos EUA e cenário político mais ameno

O dólar seguiu em queda na primeira hora de negociação desta sexta-feira, 14, ampliando as perdas depois de dados fracos dos EUA. Tanto a inflação quanto as vendas no varejo frustraram as expectativas dos analistas e reforçaram a ideia de que um aumento dos juros nos EUA pode ser mais devagar do que o mercado projeta.

O índice de preços ao consumidor (CPI) ficou estável em junho ante maio, contrariando a previsão de alta de 0,1%. O núcleo do CPI subiu 0,1%, abaixo da previsão de +0,2%. Além disso, as vendas no varejo caíram 0,2% em junho ante maio, enquanto a estimativa era de avanço de 0,1%. Ambos reforçam a ideia de que o Federal Reserve (Fed) pode aumentar os juros mais lentamente do que o mercado projeta.

“A agenda americana de hoje tem força para mexer na moeda tanto no exterior quanto internamente”, apontou o diretor da Correparti, Jefferson Rugik. Além da inflação nos EUA e dados de varejo, será conhecido a confiança do consumidor americano, às 11h.

Internamente, contribui para o movimento baixista a vitória do presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que rejeitou ontem por 40 votos a 25 o parecer favorável à denúncia por corrupção passiva contra Temer. Diante disso, o mercado avalia que a demonstração de força do presidente pode ser maior do que a tese de perda de governabilidade.

O diretor da corretora Mirae, Pablo Spyer, destaca que uma junção de fatores tem contribuído para a fraqueza do dólar. Entre eles, além da vitória de Temer na CCJ, está a redução da possibilidade do ex-presidente Lula se candidatar a eleições de 2018 e a chance de o Federal Reserve (Fed) subir menos vezes os juros nos EUA neste ano e no próximo.

Às 10h28 (de Brasília), o dólar à vista renovava mínima aos R$ 3,1921, queda de 0,53%. O dólar futuro para agosto caía 0,65%, aos R$ 3,2020.

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